sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Para variar... um conto.

Olá pessoal! Será que ainda tem alguém ai?
Na semana passada o tempo foi curto demais para tanto a fazer, e infelizmente não passei por aqui. Mas hoje retorno com mais uma histórinha para quebrar um pouco esse clima de carnaval:



"Vou dançar e não vou parar!"






Em minha psicose vou dançar, como se nunca tivesse dançado antes. Não vou parar. Não sei se posso ficar parada aqui até me mandarem sair. Já nem sei se posso escrever de mim sem usar a terceira pessoa. Não me olhe como se fosse a primeira ou a última vez. Não me olhe. Não posso ser um livro aberto e nem quero ser um diário mal escrito. Não ria, não me sorria assim, que eu perco a compostura, quebro as promessas e acabo me perdendo de mim. E se me perco agora, como vou dançar? Como vou rodopiar ao léu do vento, nessa noite que começa agora? Minha vida começa com essa noite, com essa música... e a dança! Quero sair à chuva e dançar sob ela feito criança. Não posso parar. Meus pés passeiam pela pista de dança, e meu corpo se move como se não fosse meu... E é de mim que vem a força dessa dança, balançar a cabeça para frente e para trás, jogar os cabelos, estalar os dedos, seguir o ritmo. Ritmo que embala sonhos e pesadelos, e sei que tenho tido muitos, mas a música, quando me toma faz esquecer cada fragmento de sonho ruim, cada segundo das noites anteriores, a espera. Dançar meu conto de fadas imperfeito, dançar histórias que nunca me foram contadas e que nunca serão. Posso dançar e escapar dessa realidade que me torna invisível a todos os outros, posso ser fogo, posso ser eu! A única exceção à minha dança é esse vento que bate em meus cabelos, seca o suor quente em meu corpo – e eu preciso tanto dele! - só mesmo ele para me lembrar que as luzes já se apagaram, todos se foram, a música toca cada vez mais baixo, mas eu danço. E não me olhe nem ria de mim, só quero levar essa paixão musical até as últimas conseqüências, ou até a música parar de tocar. Dançar como se nunca tivesse dançado antes, e pedir que não me olhe. Para escrever de mim, sem promessas para quebrar.



 
PS: saudades de todos que andam sumidos do nosso espaço. Entendo que assim como eu devem estar sem o danado do tempo, mas é a vida.


 

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