sexta-feira, 16 de abril de 2010

Poeminha básico

Sem nada melhor para escrever, e para não passar mais uma semana em branco, vai aí um poema de Vinícius de Moraes:


"Ternura"

Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar
                                                                              [ extático da aurora.



PS: não deixem de ler no blog Ideias Absurdas mais uma série de Micro Histórias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário