Neste semestre estamos estudando vários períodos literários, e dentre eles o Barroco, que tem, no Brasil, Gregório de Mattos como um de seus maiores representantes, que também ficou conhecido como Boca do Inferno, por utilizar suas poesias satíricas como um protesto a tudo o que estava ocorrendo no país naquele momento. E ele sabia fazer como ninguém essa caricatura do dia-a-dia do povo, utilizando de muito cinismo e crueldade, sem poupar ningúém, independente de cor, credo e posição social.
E depois de ler alguns de seus poemas, ouvir o Professor Guilherme Nicésio falar sobre seu estilo literário e recitar outros tantos poemas para nós, acabei me interessando pelo gênero, e não é que até arrisquei escrever a minha própria poesia satírica? Ei-la:
Não quero encontrar Rafaela
que anda por aí
como se o mundo fosse dela.
Por isso a rima medíocre,
na medida de Rafaela.
Rafaela queria ser britânica,
moderna e dinâmica,
Tráz sempre consigo um walkmann batido,
como fazem os de sua estirpe,
e tece seus sonhos descoloridos
mesmo sem ninguém para ouvir.
Você poderá argumentar:
“- Como é nojenta essa Rafaela!”
Porém, há algo que não se pode negar,
Rafaela é mulher forte
e eu desejo paciência e sorte
para, se por acaso, o amigo a encontrar.
Claro que não pretendo aqui me comparar a nenhum autor dos verdadeiros poemas satíricos da época Barroca, mas achei interessante o exercício de trabalhar com cinismo dentro da poesia.
Também não pretendo com o poema acima ofender ninguém em especial, por favor, que ninguém me interprete mal, é apenas um trabalho artístico, sem inspiração em seres reais.
E, se por um acaso do destino, alguma Rafaela se reconhecer em minhas palavras, peço que me desculpe, realmente não foi a minha intenção.
No fundo, quero apenas que todos se divirtam como eu me diverti ao ler os poemas satíricos de Gregório.
No fundo, quero apenas que todos se divirtam como eu me diverti ao ler os poemas satíricos de Gregório.
2 comentários:
Oi Joana
VALEU sua experiencia neste ramo da poesia satírica depois de ler e de ouvir seu professor Guilherme como citou, mostrando que realmente assimilou os ensinamentos...
Seu poema para RAFAELA foi um bom trabalho, agora o seu pedido de desculpas foi o MAXIMO
de um mestre no ramo. Bota "carapuça" nisso aí e como no fim das boas fabulas,todos se divertiram como voce...
Esperamos vc e suas colegas em nosso proximo evento na ACADEMIA (onde os poetas jovens podem reviver a boa poesia do passado a medida que fazem a boa poesia do presente e do futuro) Saudações Literárias AGMON, poetamigo
Até agora foi um dos poucos que eu entendi por completo... muito bom... Só falta eu conhecer a Rafaela para comparação.
Postar um comentário